#189 - Quando o remédio vira veneno (Reflexão)

Caros amigos de chifres,

No post de hoje, compartilho com vocês um trecho de uma conversa que tivemos no nosso grupo do Whats a respeito de um delicadíssimo tema, em torno do qual gravita a segurança emocional do relacionamento de um corno manso e sua amada hotwife.

Conforme conversamos no post #94  do Blog Meus Chifres, a estabilidade do relacionamento é uma questão sine qua non (expressão latina que refere-se a algo sem o qual não pode ser) para o estabelecimento de um relacionamento aberto, sobretudo com a presença de um amante fixo.

Há alguns anos atrás tivemos um casal muito ativo no nosso grupo aqui que passou por um perrengue imenso em relação ao desenvolvimento de um sentimento da hotwife pelo amante.

Eles eram muito experientes no meio do fetiche  cuckold X Hotwife. Com mais de 10 anos de prática  chegaram a criar e movimentar um blog que tinha mais de 1 milhão de acessos na internet, mas nada disso os impediu de se ver envoltos em uma situação extremamente delicada.

Em dezembro de 2019, justamente em meio a um encontro familiar para as festas de fim de ano, a hotwife iniciou um affair com o primo do corno. Inicialmente era só sexo, corpo e aos poucos a coisa evoluiu ao ponto do primo cogitar a morte do corno para os amantes poderem enfim viver juntos.

O corno me relatava o que ocorria à medida em que os fatos iam evoluindo. Ele chegou a instalar um app espião no telefone dela para ter acesso à conversa na qual o seu primo se dispôs a dar cabo da sua vida, para poder ficar com a sua esposa. 

Até onde pude compreender, percebi que o problema foi a ausência de transparência. A relação dela com o primo do marido foi evoluindo de tal maneira que, diante dos nossos olhos não restava dúvida que haviam atingindo um nível de intimidade que ultrapassava os limites de segurança e o major sintoma disso foi quando ela se negou a falar com o marido sobre o assunto.

Uma das hotwives do nosso grupo trouxe um depoimento muito importante pela lucidez com que ela lidou com o momento em que percebeu que a conversa com um possível amante, com quem mantinha contato pela internet, estava ultrapassando o limite do interesse sexual para algo mais concreto:

Fiquei 2 meses falando com um cara de CE que encontramos pela internet e é desse meio... ele iria vir para o RS em maio. Mas eu me envolvi tanto emocionalmente com ele, mesmo sem conhecer, e por fim acabei por bloquear ele pq tava demais o sentimento... sentia falta quando não nos falavamos... expectativas e tal.

Observamos na fala desta Rainha gaúcha, a tomada de atitude correta, ao perceber que tal limite era atingido, cortando a conversa com o rapaz por perceber a mudança de valor que ele  passou a ter para ela.  Amor é uma coisa, sexo é outra,  e fetiche outra  terceira coisa, diferente que completa as duas primeiras, mas não é uma, nem outra.

Marido é mais que um parceiro  de sexo. É um sócio, figura jurídica, prevista em lei. É aquele a que a mulher escolhe pra estabelecer uma sociedade múltipla que envolve sexo amor, família e patrimônio. Amante fica de fora desses três últimos critérios e não deve jamais figurar em nenhum desses ambientes da relação.

O casal que fazia parte do nosso grupo, já tinha uma experiência com esse problema. Não era a primeira vez que ela se apaixonava por um amante a ponto de colocar a relação em risco. A hotwife não aprendeu com a primeira experiência e quase deu causa ao fim da vida do marido na segunda ocasião.

Sorte do corno ter espionado o telefone da esposa pois a coisa estava perdendo o controle da situação ao ponto de não dizer "não", para o plano criminoso do amante, embora não tenha dito "sim".

Não há dúvidas que para o casal que entra nesse mundo a verdade é a única medida para tudo. Mantendo o diálogo aberto , evitam-se os riscos de perda do controle que colocarão a unidade familiar em risco.

Conforme citado no post #94 o fetiche de abrir a relação não deve ser um remédio para um casal em crise, pelo contrário, é o prêmio para o casal sólido, estável e maduro o suficiente para lidar, sem riscos, com a presença de um terceiro tão íntimo.

Particularmente, vivemos em uma relação na qual a minha esposa tem um namorado fixo com quem transa há mais de dois anos. Eles se conhecem há muito tempo o que lhes faz ter uma grande intimidade, fruto de uma amizade anterior até ao tempo do nosso casamento .

Como amigos que são, eles se falam todos os dias, mas quando nós dois temos as nossas brigas comuns de qualquer casal, a primeira atitude dela é suspender o contato com ele para não dar abertura para uma confusão de lugares na sua vida, pois ele (o namorado) tem uma função (oferecer um prazer extra para ela) que é completamente diferente da função que eu tenho para a sua vida (dividir as lutas e somar nas conquistas).

Realmente é um tema delicadíssimo. A presença de um amante fixo é tudo o que o corno pode querer e, pelo que entendi dos depoimentos das rainhas do grupo, é muito importante para elas também pois proporciona um prazer mais intenso que lhes traz uma plena satisfação sexual. 

Enfim, podemos chegar à conclusão que o amante fixo é um bem necessário ao casal cuckold X hotwife e, como tudo nesta vida,  deve ser usado com responsabilidade e sabedoria pois, como diz a sabedoria popular,  "todo remédio em excesso, vira um veneno".

Comentários

  1. Corninho da Gabi30/03/2021, 18:57

    Prezado amigo,
    Parabéns por suas reflexões neste tema marcado por muito tesão e pouca razão.
    Agradeço pela oportunidade de trocar experiências e nos ajudar na compreensão deste fetiche.

    Um abraço

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    1. Caro corninho da Gabi,

      Nós é que agradecemos pela deliciosa narrativa protagonizada pela sua linda e deliciosa esposa. Sentimos sua falta no nosso grupo do whatsapp.

      Quando quiser votar, as portas estão abertas

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  2. Excelente texto! Aborda um aspecto que pode gerar muita confusão se não houver a ponderação necessária, principalmente em casais iniciantes, que é a presença e o papel de um amante fixo.

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  3. Se ela ficou quieta então no fundo queria ele morto, só não foi burra de falar isso.

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    1. Olha, às vezes penso exatamente o mesmo. Só não consigo imaginar como é que uma esposa liberada conseguiria ficar silente diante de tal possibilidade.

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