#422 - Conselho para um corno II (Dica)

Caros amigos de chifres, 

Concluindo o diálogo com o leitor corno LK, cujas mensagens anteriores encontram-se reunidas na página do corno aqui no nosso Blog, no post de hoje do Blog Meus Chifres, trago a última parte do diálogo que tive com o amigo de galhos, onde tivemos uma parcial resolução para o conflito que o manso passou a viver depois que descobriu que a sua companheira lhe pôs para dormir e foi curtir uns amassos com um amigo que o corno não queria ter na intimidade do casal.

Após a analise que fiz sobre a situação, conforme expus no post #421, o manso me enviou, por e-mail, respostas para os 11 questionamentos que fiz, a fim de poder compreender melhor o cenário da situação que ele nos expôs no post #420. A partir dessas respostas, com uma compreensão melhor do contexto do casal, pude chegar a algumas conclusões que compartilho a seguir.

1. Respeitar e comemorar

Pelo que pude entender,  ela tem um traço de personalidade que indica uma certa  independência, o que deve ser comemorado e respeitado. 

Respeitado porque se é uma característica dela, você deve respeitá-la e amá-la como ela é, independentemente do que possam pensar ou falar a respeito disso.

Comemorado, porque ela demonstra a iniciativa que raríssimas mulheres costuma ter e exercer.

Nossa sociedade machista sufoca e oprime as mulheres, retirando delas o direito à proatividade sexual, fazendo delas escravas dos nossos desejos e vontades. Sua esposa é uma fêmea, ativa, que afirma e luta pelos seus desejos sexuais e isso causa o incomodo que você está sentiu e que se refere ao segundo fato que descrevo a seguir agora.

2.Perfil e pressão social 

Sabendo da idade e profissão que o corno exerce  ajudou muito a entender o tipo de pressão a que está sujeito. 

Diante dos dados recebidos, percebi que o narrador está sujeito a uma pressão infernal de vários nichos de uma sociedade machista lhe exige posturas machistas e reacionárias,  relacionadas ao ambiente em que trabalha, perfil dos colegas, instrumento de trabalho e até mesmo o tamanho da cidade em que vive, entre outras grades que o aprisionam e o impedem de tirar a máscara e expor a sua verdadeira versão à luz do sol.

Neste sentido torna-se 110% claro o que ele está passando. Por mais experiências e por mais diversas que elas sejam, um homem aos 25 anos de idade ainda é um jovem homem pós adolescência. Tudo o que ele tem que se ocupar na vida neste momento, é a afirmação da sua masculinidade, para poder ser aceito e assim, se sentir seguro para iniciar a vida adulta.

Nesta idade, tomar um chifre e gostar, faz o homem surtar sem saber como lidar com tudo aquilo, com todo aquele tesão que sente, e que precisa ocultar para não ser transformado na piada da comunidade.

Como descrevi no relato do post #03, tomei meu primeiro chifre nessa faixa etária e fiquei anos em silêncio, com medo de falar algo que revelasse o tanto que eu queria mais. 

Enquanto eu tremia por dentro, calado, ela se mantinha silente à espera que eu ne assumisse pois estava  na cara (e no meu pau duro) que eu me excitava como um louco sempre que as lembranças do primeiro chifre voltava à tona.

Assim, não me restam dúvidas  sobre o tamanho do amor dele por ela. É claro, evidente que ele gosta de vê-la na cama com outros parceiros, e que gosta do sexo que faz com ela e como ela o faz.

Mas, também é  notório que o que o incomoda é justamente o que me incomodou há 30 anos atrás e que é justamente o nosso maior algoz: a pressão externa do machismo que exige que a gente seja um tipo de pessoa como a sociedade quer e não aquele que você quer ser ou aquele que você ainda pode descobrir ao longo de uma vivência intensa de sexo liberal ao lado dela.

A idade, associada ao ambiente profissional é o  maior inimigo nessa situação do corno debutante com sua esposa. Ele a deseja e a quer do jeito que ela é e está usando uma máscara que a sociedade lhe impõe é que lhe faz cobrar dela um injusto pedido de desculpas.

3. Perdoe a honestidade, 

mas a questão é desculpas por quê? Por ela ser honesta consigo e com o corno, agindo como o seu coração e seu desejo mandam?

Isso não é errado, ninguém deve pedir desculpas por isso. Talvez ela tenha que se desculpar por ter feito um acordo que não consegui cumprir ao assumir a  dizer tudo que se passaria na sua vida ao manso, e ter que  "pedir permissão" para fazer algo, quando o seu parceiro da todos os sinais que quer ser pego de surpresa com o chifre na testa.

Já disse algumas vezes aqui no Blog, "elas lidam muito mais facilmente com o fetiche do que nós homens". A experiência que venho construindo nas últimas décadas me ensinaram que quando uma  mulher é convidada pelo marido a entrar no mundo liberal e sela um pacto de total submissão a ele,  na verdade, ela está querendo silenciar a máscara do macho opressor que ele está usando para ocultar justamente o corno manso que pede os chifres  mais humilhantes.

 4. Singular ou plural?!

Quando usam essa mascara de "macho" que pretende ter o controle, o manso termina adorando uma postura machista e reacionária esquecendo estar num casal e se manifestando sempre em primeira pessoa, alardeando frases como  "contanto que EU deixe..." Ou "EU falei que não". Ou  EU falei que não era pra ficar." 

Observe que todas as falas estão sempre em primeira pessoa...não há preocupação com o "nós". E só o "eu", "eu", "eu".... Indicando um grave problema para quem vive uma relação a dois na qual o pronome a ser utilizado é o da primeira pessoa do plural ("Nós") e não a primeira pessoa do singular ("Eu").

Sob uma extrema pressão, o manso tende a entrar em surto narcisista e passa a concentrar em si, todas as decisões do casal para as aventuras liberais,. tornando-se um Narciso, aquela figura da mitologia que termina morrendo após ir em busca de sua própria imagem no reflexo do lago.

Mais uma vez repito, entendo a dor e o sofrimento do corno que buscou a ajuda pois passei por tudo isso,. adotando, de certa forma, posturas análogas às que o corno desesperado adotou. Agradeço a Deus por um dia ter me dado a iluminação para perceber que  que estava sendo machista e prepotente sempre usando o pronome singular quando estávamos discutindo o casal, que é plural.

5. Para todo mal, há uma cura.

Tendo me percebido.na encruzilhada entre a realização do meu desejo e a frustração da imposição social, recorro à terapia até entender que essa postura era uma forma de mascarar os meus medos (de me achar fraco, dela me achar fraco, dela pensar que eu sou um otário, um frouxo, e sobretudo, das pessoas pensarem tudo isso de mim, se viessem a saber do que fazemos na intimidade). 

Por medo de ser descoberto, eu queria ter o controle total sobre tudo que aconteceria na relação dela com os seus amantes e por isso, muitas vezes atrapalhei muitos encontros, não deixando eles acontecer ou estragando o clima perfeito entre ela e seu amante, por causa das minhas inseguranças.

Depois que percebi isso, passei a viver o fetiche de uma forma ainda mais leve e tranquila. Isso me permitiu alcançar outros níveis de prazer tais como quando ela sai a sós com o amante ou quando ela fica com alguém que eu jamais vi, ou quando ela me chifra e só me diz depois, quando chega em casa com a calcinha melada de porra.

Ser um marido liberal requer muito mais que a capacidade de AUTORIZAR a esposa a fazer algo. Ser liberal exige um nível maior de compreensão da realidade e uma capacidade muito acima da média de ser e viver um relacionamento democrático e igualitário, no qual o homem tem o mesmo poder de decisão que a mulher.

Um marido liberal não autoriza nem manda em nada. No máximo ele dialoga com ela e toma ciência daquilo que ela deseja ou vai fazer. Se ele não aguenta viver nesse patamar de relacionamento, ele não deve aspirar uma vida liberal.

6. Uma verdade dolorida, mas libertadora.

Por fim, não resta mais dúvidas que estamos diante de um corno manso, puro sangue, que, dadas as condições contextuais, talvez, ainda não esteja pronto para encarar essa realidade, mas o sintoma é claro e irrefutável.

Em resposta à pergunta que lhe fiz, a respeito que sentiu quando ouviu a esposa revelar ter ido ao encontro do alfa, depois de colocar o marido para dormir, as palavras do nosso interlocutor são mais que suficientes para embasar a compreensão de tal status.

"Meu pau endureceu e logo baixou de novo mas foi coisa de 1 min." 

Veja o quanto as suas reações falam o quanto o ele  é um corno manso. Quando se viu traído por ela que o deixou dormindo e foi se entregar para o outro que a aguardava na calada da noite, nas costas do corno inocente, seu pau endureceu, denunciando que ser um corno que é feito de otário é o seu maior fetiche. 

Pode até ser que ele não aceite isso agora, mas anote aí o que eu te digo, se o casal continuar juntos, e se o corno se permitir, daqui a 10 anos, ele estará lambendo a calcinha dela melada da porra de algum amante com quem ela passou um fim de semana na praia, enquanto ele cuida da casa e trabalha para bancar as calcinhas que ele vai esporrar.

Essa situação do pau endurecer e baixar logo em seguida é uma manifestação clássica de um tesão que vem ao se deparar com aquilo que o corno mais deseja.

A perda da ereção instantaneamente demonstra a força que as regras do mundo machista ainda tem sobre a cabeça do manso inconsciente. Vendo-se excitado pela covardia da esposa e do seu amante, logo, o superego cuida de o repreender para ele não continuar dando bandeira daquilo que realmente é: um corno manso e frouxo que ama ser feito de otário por ela e quando está dormindo.

Em termos da psicologia freudiana, é uma luta do seu  "Id" (o seu lado animal, o seu "eu" natural que vive no inconsciente) contra o seu superego (as regras morais impostas pela sociedade e absorvidas pelo seu consciente) 

Não há mais como negar, ele gostou e quer que ela repita isso mais uma, duas, três...mil vezes, se possível.

7. O corno tem razão?

É preciso destacar que, em alguma medida, o corno tem razão em toda essa situação que estamos analisando. Entre as respostas enviadas, o nosso interlocutor fez uma importante advertência que justifica as suas posturas. 

Neste sentido, entendendo o contexto ora citado, tenho que concordar com o manso quando vejo sua preocupação pelo fato do cara que veio até sua casa lhe chifrar na calada da noite,  ser novinho.

Tema já abordado aqui no Blog, cabeça de homem novo é uma merda. Os caras não conseguem segurar a onda e tendem a fazer besteira por aí, inclusive, dando com a língua nos dentes, o que causa um dano imensurável ao corno e à sua esposa numa sociedade machista e hipócrita como a que vivemos

Neste sentido é, no mínimo, justo reconhecer a procedência da reclamação do manso perante a postura vacilante da esposa quando se coloca no cenário, um comedor tão inexperiente como casal, pelo menos naquilo que diz respeito ao tempo de vida. Assim, acompanho o sentimento de frustração do manso em relação à atitude dela, não pelo que fez e sim pelo modo como fez, sem observar cuidados básicos para preservar a imagem do casal.

8. Relaxa e goze

Mas, como disse anteriormente, creio que isso seja decorrente de um conjunto de fatores entre os quais existem aqueles que já citei antes como ela ser um poço de tesão, curtir o fetiche de ser uma putinha de vários homens, além dela ter percebido que você é manso e gosta de ser "traído".

Tudo isso junto, somado à inexperiência de uma menina, saindo da adolescência, de apenas 21 anos, lidando com uma liberdade para a qual não foi preparada (ninguém é preparado para viver uma vida liberal), não há surpresas quando se encontra um cenário no qual tal vacilo tenha sido praticado.

No fim das contas, reitero o conselho dado no post anterior, no sentido de recomendar que você deveria baixar a guarda, reconhecer que precisa mudar um pouco a sua postura e sua cabeça a fim de abrir espaço para o corno que habita em si, possa sair da penumbra.

Isto para que, 
no futuro breve, quando você estiver totalmente submisso a ela (como eu vivo hoje com minha esposa), você relaxe e goze na submissa condição de só ser informado do que ela quer fazer ou do que já foi feito e ainda  agradeça por cada chifre mais humilhante que o anterior que ela te botar.

A boa notícia é que no futuro você só tem a ganhar. Como disse antes já passei por isso tudo há 25 anos atrás e hoje vivo como um corno, manso, submisso e assumido. Minha família, meus amigos e meus colegas de trabalho sabem da minha escolha e ninguém fica com gracinha ou me trata com  forma de preconceito, chegando inclusive a nos ter como uma referência à medida que outros casais vão se desfazendo e eu e minha esposa continuamos unidos e apaixonados.

Comentários

  1. Descobri o blog há alguns dias e estou impressionado com a quantidade e a qualidade do material disponibilizado.
    Há anos naveguei num mar de lixo na internet à procura de algum conteúdo que prestasse sobre essa fantasia que venho alimentando e finalmente encontrei um blog que vale a pena salvar nos favoritos acompanhar diariamente.

    Estou lendo todas as postagens. compulsivamente e estou adorando l.

    Parabéns

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    1. Caro Arthur, agradeço pela crítica. Conte com o nosso Blog para tirar suas dúvidas ou publicar suas experiências, caso já as tenha.

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  2. Você fez a análise mais completa e detalhada que poderia ser feita. Parabéns.

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    1. Caro,

      agradeço pela crítica. Com certeza, analisei a situação fazendo o exercício de me colocar no lugar do amigo que compartilhou a experiência e acrescentei os anos de experiências de marido manso que assim como ele, também teve os seus conflitos e dilemas no início da vida de corno manso.
      Mas, é preciso lembrar que é só uma opinião. As sugestões e conclusões apresentadas não são regras corretas, infalíveis ou universais.
      Espero ter ajudado de alguma forma

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  3. Gostaria de conhecer um casal que topa um ménage tenho fantasia de meter numa casada junto ou na frente do marido quem tiver afim de ver sua esposa delirando na minha pica chama não vai arrepender sou do Rio posso viajar dote20cm email donizetealmeida1959@gmail.com

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  4. Blog maravilhoso! Sempre lendo de pau duro curtindo os relatos e percebendo cada vez mais o quanto é bom ser corno!
    https://cornograffia69.blogspot.com/?m=1

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